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16 de novembro de 2022

Psicologia em Copas do Mundo

Psicólogo não ganha jogo, não dribla ou faz falta, mas cada vez mais em tempos atuais tem sua importância na otimização da prática esportiva a nível profissional reconhecida, embora existam poucas vozes que ainda insistam no contrário.

E estando às portas da Copa do Mundo de Futebol, onde de forma certeira o tema virá tona, temos a feliz surpresa de que a presença de um Psicólogo do Esporte atuando na Seleção Brasileira Masculina data de um não tão recente ano de 1958, na Copa da Suécia. E o melhor, logo em nosso primeiro título, sendo ainda a primeira vez que uma seleção ganhou fora de seu continente.

O Psicólogo então contratado era o Sr. João Carvalhaes, que nas palavras de Nilton Santos, assim teve seu trabalho definido: “Aprendemos com ele como entrar em campo sorrindo”. Ou seja, assim como hoje, a presença no Psicólogo não trouxe busca a vitória, mas sim um meio saudável de encarar a competição, que esteja de acordo com a realidade do cenário e dos indivíduos.

Explica-se: além da perda de Copa de 1954 na Suíça, o Brasil, em seu “Complexo de vira-latas” (Nélson Rodrigues), ainda lambia sua profunda ferida decorrente da perda da Copa de 1950, para o Uruguai, em casa, no episódio que ficou conhecido como “Maracanazo”. Úlcera essa que junto ao silêncio mais ensurdecedor da história marcou uma geração, a ponto do goleiro Barbosa, autor de uma falha na final, dizer: “No Brasil, a pena máxima é de 30 anos, mas pago há 40 anos por um crime que não cometi”.

Portanto, o Brasil ganhou e perdeu copas com a presença do Psicólogo, mas foi com a presença do Psicólogo do Esporte que o Brasil trilhou o caminho de seu primeiro título, de uma forma tão marcante, que somente poderia ter sido feita, sorrindo.

Em tempo, a seleção brasileira que está no Catar, não possui Psicólogo em sua equipe profissional, embora durante os últimos quatro anos tenham ocorridos trabalhos esporádicos no grupo e um discurso de valorização da saúde mental, muito mais focado no acompanhamento clínico individual que alguns atletas procuram. Como justificativa, o técnico disse que não haveria tempo hábil para que o profissional criasse vínculo com os jogadores, sendo assim, de acordo com sua visão, pouco frutífera sua presença.

Eduardo Mendes – Bacharel em Psicologia e em formação em Psicologia do Esporte.

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